Saravá à todos!
Em umas das poucas coisas que passei nessa minha curta vida, que ainda haverei de passar muito mais, presenciei a seguinte situação: No terreiro, no salão onde se processava os ritos, havia uma lâmpada queimada e pela altura ela não pode ser trocada a tempo do rito que estaria para acontecer naquela noite,visto que só naquela tarde foi descoberto que ela estava queimada. E no rito, à noite, o sacerdote em meio da sua palestra inicial "resolveu" fazer um parêntese e pediu que os consulentes não reparassem na "escuridão" do barracão, que era por causa de UMA lâmpada queimada que os "filhos imprestáveis" dele, não serviram para trocar.
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"Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja." (Augusto dos Anjos, trecho de Versos Íntimos) |
Que no terreiro existe a divisão de trabalho todos nós, do meio "macumbístico ", sabemos... uns ficam mais sobrecarregados e outros apenas se acomodam e dizem fazer algo. E é nesse sentido que entra o assunto que quero abordar.
Passar dias trabalhando desde manhã cedo e indo se deitar depois de todos, altas horas da madrugada para ter de levantar cedo no outro dia, não é novidade para alguns e se torna revolta para muitos, já que esperam o mínimo de reconhecimento do sacerdote, que muitas vezes não acontece.
Temos que entender também que o sacerdote não é aquele que apenas manda fazer e pronto, ele tem muito o que fazer e com o que se preocupar. Várias cabeças, vários problemas e que muito dessa decepção para com os filhos é por isso também, porque ele não pode falhar sequer uma vez sendo que muitas vezes nós na posição de discípulos falhamos. Mas ai que entra o mais grave, já que muitos retraem essa mágoa, esse sentimento que aos poucos destrói por dentro e chega a hora que muitas coisas acontecem, sem que o sacerdote perceba e nem que o próprio filho de santo perceba também.
Cabe à todos nós, filhos e sacerdotes, estarmos atentos em relação a tudo isso. Já que tudo deve ser conversado e saber o que aconteceu ou acontece e não apenas dizer o que não aconteceram na esperança de pegar algo no ar ou ir por algo que alguém disse.
Humildemente,
Mestre Arasuman.
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